O homem sem ideologia caminha cada vez mais devagar. Sem o manto de
ferro e de intolerância, qualquer vento o faz ranger os dentes. No
deserto das cidades é enxovalhado e cuspido por tudo e por todos. Não
reonhece nem a si mesmo no reflexo do rio. Seu reflexo ainda está envolto
naquela manta confortável e cheia de sangue. A manta da liberdade, da
igualdade, da eternidade.
Mesmo tremendo de frio, o homem sem ideologia caminha ereto e sem peso nas costas. Seu único motivo de alegria são os cuspes e enxovalhamentos das pessoas cobertas pelas mantas. Elas lhe dão a direção a seguir, o caminho correto.
domingo, 22 de abril de 2012
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