
É assim que tem que ser mesmo, pois desse modo separa-se o competente do incapaz, ou melhor, o joio do trigo. Se você conseguiu entrar em uma das melhores faculdades e outro cara não, é porque você se esforçou e logicamente é mais inteligente/capaz/competente que ele. O fato de você ter estudado em uma superescola particular caríssima e o outro cara ter sido instruído por professores despreparados e desmotivados na mais pública das escolas é apenas um detalhe sem importância.
Talvez nesse ponto do texto você esteja pensando: — Que cara estúpido! Isso é desculpa de perdedor! Eu estudei minha vida toda em escola pública e consegui entrar em uma excelente faculdade‼ Além disso, sua barba é horrível!
Eu digo em alto e bom som: Você é exceção. Você pode até dizer que conhece gente sem grana que conseguiu “vencer na vida”, mas eu conheço muito mais pessoas que mal têm o que comer. Saia na rua e veja se estou mentindo.
Voltando ao foco original de nossa discussão (nossa?), tudo estaria bem para você, terminou a facul, tem um belo emprego, muito dinheiro, um lindo carro, enfim chegou lá. Só tem um “pequeno” problema, não é nem o fato de ter se tornado completamente indiferente às mazelas de indivíduos da sua mesma espécie. A questão aqui é, o outro cara (lembra dele?) não passou em faculdade nenhuma, logo não tem emprego nem dinheiro, mas ele precisa comer, concorda? Então o cara pega uma arma, te pára no sinal, você reage — obviamente não ia deixar te tomarem o que conseguiu com tanto esforço —, toma um tiro e morre.
Vê onde quero chegar? Se o cara pudesse ter estudado em uma escola melhor, você ainda estaria vivo! Hoje os vencedores do jogo recebem todas as glórias, em contrapartida os “perdedores” são sumariamente excluídos. Só que é uma batalha injusta, enquanto uns conhecem as regras e têm as melhores cartas, a maioria nem sabe o que é um baralho.
P.S.: Minha barba não é horrível…
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Fabiano Che
Fabiano Che