quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A Matéria é Escusada

Não escrevi nada nesse blog durante o mês de fevereiro. Estou escrevendo agora, mas não para “atingir uma meta imaginária”, apenas tive uns impasses relacionados que me levaram a considerar algumas idéias de Diógenes.
Sabe Diógenes, aquele nascido em Sínope no século IV a.C., que morava num barril, desprezava a humanidade e saía pelas ruas de Atenas com uma lâmpada na mão à procura de um homem honesto? Certo.
O que aconteceu foi que o computador que eu tinha em mãos simplesmente sumiu (metaforicamente). O mesmo computador que eu usava para expressar com palavras minhas súbitas idéias, reflexões e críticas “ácidas”.
Foi um impacto tremendo! Havia tempos que eu tinha ao alcance de meus dedos essa máquina que resolve problemas que não existiam antes de ser inventada. Por vezes ficava eu me revirando sobre a cama, olhando pro teto melancolicamente. Até aprendi a assistir a televisão! Você sabia que existe um programa onde pessoas ficam confinadas numa casa enquanto são monitoradas por câmeras? Uau, que… estúpido!, mas foi o que encontrei. Me senti como Cristóvão Colombo, que descobriu algo que milhões de pessoas já conheciam.
Mas há o lado bom da coisa. Assim como um baixista de uma banda inglesa de uma música só, viciado em heroína, perdido numa ilha deserta sente falta da sua droga quando esta acaba, senti falta do computador. E como sofremos! Porém, depois de um tempo uma luz surge. Você começa a perceber o quão inútil era aquilo.
Poderia eu ter percebido isso há muito tempo, mas foi preciso perdê-lo para saber que minha necessidade é uma ilusão. Sendo assim, se um computador não faz falta, então, por lógica, nada de material faz! Sim, era isso o que Diógenes, basicamente, dizia.
Sabe essa sua roupa cara que esconde seu corpo da mesma maneira que as baratas? Seu celular que toca musiquinhas legais, que vive ao seu lado, mesmo no banho ou enquanto dorme? O Carnaval da sua cidade? Você não precisa de nada disso, pois não passa de ilusões. Só o que você precisa é se nutrir, respirar e expelir excrementos para que suas células não morram, o resto é opcional.
O que estou querendo com tudo isso? Fazer com que todos vivam num tambor no centro da cidade, comendo cebolas e se masturbando? Fazer com que todos respondam “que não me tires o que não me podes dar”, referindo-se ao sol, quando um grande imperador lhe perguntar sobre “o que desejas”? Não! Apenas que todos dêem valor ao que realmente importa.
Não gaste suas energias xingando seu filho por ele ter batido seu carro. Pergunte se ele está bem. O cachorro defecou no seu tapete? E daí? Enquanto limpa a caca, pense nos risos que o animal lhe proporcionou. Dê mais valor às idéias e aos seres que realmente se importam com você. Dane-se os carros e tapetes! Parece bem pedante, mas… não dê valor às coisas materiais.

2 comentários:

Fabiano Che disse...

É estranho comentar em um blog que eu também escrevo(me sinto uma solteirona mandando flores pra eu mesmo no dia dos namorados) mas muito massa seu texto. Diógenes estaria orgulhoso( provavelmente não, a não ser que ele tivesse internet, mas se ele tivesse internet , ele estaria usufruindo de algo. Di´gene não estaria orgulhoso.)

Anônimo disse...

ler todo o blog, muito bom