sábado, 1 de agosto de 2009

Siso de um Alma de Prata

Havia muito tempo que era piloto de avião. Mas somente quando seu país foi invadido por uma nação estrangeira, é que decidiu se alistar no exército. Afinal, jamais poderia permitir que estranhos matassem, saqueassem e destruíssem o lugar onde nasceu. Era difícil no início, mas logo se acostumou com o estilo de vida militar.
A guerra já estava praticamente ganha agora. Enquanto sobrevoava os restos mortais de uma cidade em chamas, lembrou-se de um bombardeio que fizeram em sua pátria. Escolas, hospitais, orfanatos, vieram abaixo. Milhares de mortos. A maioria era contra a guerra, boa parte nem sabia o porquê e muito menos contra quem estavam lutando. Por isso, quando o questionavam se não sentia remorso pelos inocentes que matava, a resposta era sempre a mesma: Não!
Afinal de contas, eles começaram a maldita guerra, agora que agüentem as conseqüências. E se tirava a vida de uma criança, ou mesmo de um idoso, estava no seu direito, pois só estava impedindo que fizessem o mesmo com os de seu país. Não gostava daquilo, mas era seu dever cívico. Claro que a maioria daquelas pessoas que matava era tão inocente quanto os seus conterrâneos e, além disso, algum soldado rival poderia usar o assassinato dos seus compatriotas como motivação para lutar, mas, mas… Assim é a guerra, a razão está do lado do mais forte.
Imerso em seus pensamentos, não pôde perceber que um aeroplano inimigo o acossava. Aconteceu rápido demais. Seu avião foi atingido e rapidamente começou a perder altura. Alguns instantes antes de sua aeronave colidir mortalmente com o chão, se lembrou, não se sabe por que, de uma palavra que tinha sido pintada muitos anos antes na asa esquerda de seu avião: TOLERÂNCIA.
P.S.: Tô meio sem inspiração e só saiu isso aí…
____________________
Fabiano Che

5 comentários:

Vanessa Gomes disse...

Uhhh...

Aproveitando sua deixa...
Hoje fico como famoso "Que fuerte..."

=)

Santos disse...

está profundo :)

Welma disse...

Simplesmente perfeito!!! Tolerancia e respeito a vida.... é uma pena, mas é algo que nos faltamiutíssimo.

Bruno Mello Castanho disse...

Nos momentos de falta de inspiração é que saem coisas mais naturais e belas Fabiano!

Parabéns pelo blog e tolerância é uma palavra de muita força..

Ailton disse...

O sentimento de patriotismo é algo interessante!

Todos se convencem de que o “outro” não é da mesma origem que ele. Isso se torna conveniente, quando surge a necessidade de um ataque ou exploração qualquer. Ou até quando precisamos odiar alguém, para liberarmos nossas energias reprimidas, a boa e velha válvula de escape. Nos acostumamos a odiar (não necessariamente no sentido literal) quem não seja da mesma nação que a “nossa”.


Frases como: O inimigo precisa ser vencido! Estamos no direito de submetê-los a justiça! Somos superiores e agiremos pelo “bem” deles. Conduziremos aquela nação ao caminho “certo”, enquanto isso... vamos administrá-los, servem muito bem ao objetivo de moldar uma nação de acordo com nossas necessidades (o mais forte se acha no direito de interferir na quintal do mais fraco).

Patriotismo é a origem das diferenças e indiferenças existentes na sociedade. Inventam que somos diferentes, que não pertencemos a outro lugar se não aqui. Cada um em sua tribo e que vença o “melhor”, isso serve para todas as esferas possíveis (não só de países e regiões).

Patriotismo! Um sentimento inventado.